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PARCEIROS
Como é sabido, a unificação dos títulos brasileiros, pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), causou muita polêmica. Alguns clubes ficaram satisfeitos, outros entendiam que faltou unificar títulos de outras competições.
Vamos tentar abordar o problema do ponto de vista histórico. Tentaremos agrupar os certames conforme o critério básico de sua composição, independentemente do nome e do critério de organização do torneio.
Obs.: este trabalho foi publicado originalmente em 2011, em versão reduzida, como capítulo do meu livro Do fundo do baú. No princípio, minha intenção era tão-somente investigar uma tese lançada por Vitor e Patrícia Iorio, de que o Interstate Cup, disputado entre clubes da colônia britânica, é o torneio mais antigo existente entre Rio de São Paulo. Tendo isso em mira, fui obrigado a buscar as linhas genealógicas que ligavam os campeonatos interestaduais do Brasil, com a finalidade de descobrir se algum deles era mais antigo que o dos ingleses. Minha conclusão continua lá, no capítulo “Primeiros torneios”. O problema é que, no mesmo período, estava em ebulição o debate sobre as Resoluções da Presidência (RDP) da CBF que, a seu modo, resolveram “reescrever” a história do Campeonato Brasileiro de futebol, incorporando títulos de outros torneios. Vi que a mesma pesquisa “genealógica” que eu havia feito para testar a tese dos Iorio poderia ser aproveitada para avaliar as decisões da CBF. Foi assim que, mudando o foco mas não o método, surgiu a 1ª edição deste trabalho, sob o título de Sobre a unificação dos títulos brasileiros.
Nesta 2ª edição, além de atualizar com títulos posteriores, acrescentei comentários e fiz algumas correções. A principal delas foi suprir a omissão da Copa dos Campeões da Copa Brasil, de 1978, que por um lamentável lapso eu havia esquecido. Agradeço aos leitores que gentilmente me alertaram para essa falha. E aproveito para me colocar à disposição para outras correções.
Sumário
1. Introdução
2. Torneios entre seleções
..... 2.1. Entre seleções – RJ-SP
..... 2.2. Entre seleções – Brasil
3. Torneios entre campeões estaduais
..... 3.1. Entre campeões estaduais – RJ-SP
..... 3.2. Entre campeões estaduais – Brasil
4. Torneios entre principais times
..... 4.1. Entre principais times – RJ-SP
..... 4.2. Entre principais times – Brasil
5. Cronologia – genealogia
6. Torneios entre campeões regionais
7. Torneios entre campeões nacionais
8. Para finalizar
9. Referências bibliográficas
ENTRE SELEÇÕES DO DISTRITO FEDERAL (cidade do Rio) E SÃO PAULO | |||
Ano | Taça | Campeão | Vice |
1901 | Campeonato Brasil | empate | |
1902 | Campeonato Brasil | Distrito Federal | São Paulo |
1907 | Brasil | São Paulo | Distrito Federal |
1913 | Correio da Manhã | empate | |
1914 | Correio da Manhã | São Paulo | Distrito Federal |
1915 | Rio - São Paulo | São Paulo | Distrito Federal |
1916 | Rio - São Paulo | São Paulo | Distrito Federal |
1917 |
Fuchs e Hebe Rodrigues Alves |
São Paulo São Paulo |
Distrito Federal Distrito Federal |
1918 |
Fuchs e Hebe Rodrigues Alves |
empate São Paulo |
Distrito Federal |
1919 |
Fuchs e Hebe Rodrigues Alves |
São Paulo São Paulo |
Distrito Federal Distrito Federal |
1920 | Rodrigues Alves | São Paulo | Distrito Federal |
Títulos: 10 - São Paulo, 1 - Distrito Federal (Rio de Janeiro) | |||
2.2. Entre seleções – Brasil Em 1907, ocorreu o primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol. Apesar do nome, foi disputado somente pelas seleções paulista e carioca, como vimos acima. Como o nome é o que menos importa, foi considerado no capítulo anterior e não será neste. Em comemoração ao Centenário da Independência e em preparação para a Copa América, que seria disputada (e vencida) no Brasil, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) criou o Campeonato Brasileiro de Futebol de 1922. Novamente entre seleções, só que incluindo mais estados, foi vencido por São Paulo. Diante do sucesso da competição, a partir de 1923, a CBD organizou campeonatos anuais e oficiais de seleções estaduais. Na década de 30, depois de a competição não ser organizada em 1930 e 1932, em virtude das Revoluções ocorridas nesses anos, a Federação Brasileira de Futebol (FBF), defensora do profissionalismo, organizou torneios paralelos de seleções estaduais, até ser incorporada pela CBD, em 1937. Após várias interrupções, o último torneio, temporão, foi disputado em 1987. Segundo Marco Aurelio Klein, provavelmente por conta da crise entre CBF e Clube dos Treze. Com seleções compostas por jogadores dos reservas dos grandes times, o campeonato não empolgou e não foi mais reeditado. |
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CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL (DE SELEÇÕES ESTADUAIS) | |||
ANO | CAMPEÃO | VICE | ORGANIZAÇÃO |
1922 | São Paulo | Distrito Federal | CBD |
1923 | São Paulo | Distrito Federal | CBD |
1924 | Distrito Federal | São Paulo | CBD |
1925 | Distrito Federal | São Paulo | CBD |
1926 | São Paulo | Distrito Federal | CBD |
1927 | Distrito Federal | São Paulo | CBD |
1928 | Distrito Federal | Paraná | CBD |
1929 | São Paulo | Distrito Federal | CBD |
1931 | Distrito Federal | São Paulo | CBD |
1933 | São Paulo | Distrito Federal | FBF |
1934 |
São Paulo Bahia |
Distrito Federal São Paulo |
FBF CBD |
1935 |
Distrito Federal Distrito Federal |
São Paulo São Paulo |
FBF CBD |
1936 | São Paulo | Rio Grande do Sul | CBD |
Torneio substituído pela Copa dos Campeões, 1937 | FBF | ||
1938 | Distrito Federal | São Paulo | CBD |
1939 | Distrito Federal | São Paulo | CBD |
1940 | Distrito Federal | São Paulo | CBD |
1941 | São Paulo | Distrito Federal | CBD |
1942 | São Paulo | Distrito Federal | CBD |
1943 | Distrito Federal | São Paulo | CBD |
1944 | Distrito Federal | São Paulo | CBD |
1946 | Distrito Federal | São Paulo | CBD |
1950 | Distrito Federal | São Paulo | CBD |
1952 | São Paulo | Distrito Federal | CBD |
1954 | São Paulo | Distrito Federal | CBD |
1956 | São Paulo | Distrito Federal | CBD |
1959 | São Paulo | Pernambuco | CBD |
1962 | Minas Gerais | Guanabara | CBD |
1987 | Rio de Janeiro | São Paulo | CBF |
Títulos: 14 – São Paulo, Distrito Federal (Rio de Janeiro); 1 – Bahia, Minas Gerais |
ENTRE CAMPEÕES ESTADUAIS RJ-SP | ||||
Ano | Campeões de | Campeão | Vice | Taça |
1909 | 1908 | Fluminense | Paulistano | (amistoso) |
1911 | 1910 | AA Palmeiras | Botafogo | Salutaris |
1914 | 1913 | Paulistano e América | dos Campeões Estaduais | |
1915 | 1914 | São Bento | Flamengo | dos Campeões Estaduais |
1917 | 1916 | América | Paulistano | Ioduran |
1918 | 1917 | Paulistano | Fluminense | Ioduran |
1919 | 1918 | Fluminense | Paulistano | Ioduran |
1927 | 1926 | Palestra | São Cristóvão | dos Campeões Estaduais |
1930 | 1929 | Corinthians | Vasco | dos Campeões Estaduais |
1931 | 1930 | Botafogo | Corinthians | dos Campeões Estaduais |
1941 | 1941 | Corinthians | Fluminense | dos Campeões Estaduais |
1942 | 1942 | SE Palmeiras | Flamengo | dos Campeões Estaduais |
1947 | 1947 | SE Palmeiras | Vasco | dos Campeões Estaduais |
1953 | 1953 | São Paulo | Flamengo | dos Campeões Estaduais |
Títulos: 3 – SE Palmeiras (e Palestra); 2 – Fluminense, Paulistano, America, Corinthians; 1 – AA das Palmeiras, São Bento, Botafogo, São Paulo Por estado: 10 - São Paulo; 5 - Rio de Janeiro |
||||
3.2. Entre campeões estaduais – Brasil Em março de 1920, no Estádio das Laranjeiras, foi disputada a Copa dos Campeões, um torneio entre os times campeões do ano anterior em São Paulo (Paulistano), Rio de Janeiro (Fluminense) e Rio Grande do Sul (GE Brasil, primeiro campeão gaúcho). O Paulistano foi o campeão, ao vencer o Fluminense por 4x1 e o Brasil por 7x3. O Fluminense foi o vice, ao vencer o Brasil por 6x2. A segunda edição ocorreu em janeiro e fevereiro de 1937, fruto do conflito de poder travado entre a Federação Brasileira de Futebol (FBF), de futebol profissional, e a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), ainda presa ao futebol amador. Foi disputada pelos times que, em 1936, tinham se sagrado campeões profissionais no sudeste: Atlético (MG), Fluminense (DF – cidade do Rio), Rio Branco (ES), Portuguesa de Desportos (SP), Aliança (RJ – antigo estado do Rio) e Liga de Sports da Marinha. Semelhante a esse foi o Torneio dos Campeões de 1967, do qual participaram o campeão e o vice mineiros (Cruzeiro e Atlético, respectivamente), mais os campeões paulista (Palmeiras) e carioca (Bangu), todos de 1966. O torneio foi vencido pelo Bangu, vice Atlético-MG. Porém, nessa época já era disputado um certame de maior amplitude, a Taça Brasil, o primeiro torneio anual regular entre os campeões estaduais. Criada para preencher a vaga brasileira na Libertadores, a competição durou de 1959 a 1968. Depois, veio a Copa do Brasil, de 1989 em diante. |
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ENTRE CAMPEÕES ESTADUAIS - BRASIL | |||
Ano | Campeão | Vice | Torneio |
1920 | Paulistano | Fluminense | Copa dos Campeões |
1937 | Atlético-MG | Fluminense | Copa dos Campeões |
1959 | Bahia | Santos | Taça Brasil |
1960 | Palmeiras | Fortaleza | Taça Brasil |
1961 | Santos | Bahia | Taça Brasil |
1962 | Santos | Botafogo | Taça Brasil |
1963 | Santos | Bahia | Taça Brasil |
1964 | Santos | Flamengo | Taça Brasil |
1965 | Santos | Vasco | Taça Brasil |
1966 | Cruzeiro | Santos | Taça Brasil |
1967 | Palmeiras | Náutico | Taça Brasil |
1968 | Botafogo | Fortaleza | Taça Brasil |
1989 | Grêmio | Sport | Copa do Brasil |
1990 | Flamengo | Goiás | Copa do Brasil |
1991 | Criciúma | Grêmio | Copa do Brasil |
1992 | Internacional | Fluminense | Copa do Brasil |
1993 | Cruzeiro | Grêmio | Copa do Brasil |
1994 | Grêmio | Ceará | Copa do Brasil |
1995 | Corinthians | Grêmio | Copa do Brasil |
1996 | Cruzeiro | Palmeiras | Copa do Brasil |
1997 | Grêmio | Flamengo | Copa do Brasil |
1998 | Palmeiras | Cruzeiro | Copa do Brasil |
1999 | Juventude | Botafogo | Copa do Brasil |
2000 | Cruzeiro | São Paulo | Copa do Brasil |
2001 | Grêmio | Corinthians | Copa do Brasil |
2002 | Corinthians | Brasiliense | Copa do Brasil |
2003 | Cruzeiro | Flamengo | Copa do Brasil |
2004 | Santo André | Flamengo | Copa do Brasil |
2005 | Paulista | Fluminense | Copa do Brasil |
2006 | Flamengo | Vasco | Copa do Brasil |
2007 | Fluminense | Figueirense | Copa do Brasil |
2008 | Sport | Corinthians | Copa do Brasil |
2009 | Corinthians | Internacional | Copa do Brasil |
2010 | Santos | Vitória | Copa do Brasil |
2011 | Vasco | Coritiba | Copa do Brasil |
2012 | Palmeiras | Coritiba | Copa do Brasil |
2013 | Flamengo | Atlético-PR | Copa do Brasil |
Títulos: 6 – Santos; 5 – Cruzeiro; 4 – Grêmio, Palmeiras; 3 – Flamengo; 2 - Corinthians; 1 – Paulistano, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Criciúma, Internacional, Juventude, Santo André, Paulista, Fluminense, Sport, Vasco Por estado: 15 - São Paulo; 6 - Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro; 1 - Bahia, Santa Catarina, Pernambuco |
ENTRE PRINCIPAIS TIMES – RJ-SP | |||
Ano | Campeão | Vice | Torneio |
1933 | Palmeiras | São Paulo | Rio-São Paulo |
1940 | Flamengo e Fluminense | Rio-São Paulo | |
1942 | Corinthians | Flamengo | Quinela de Ouro |
1950 | Corinthians | Vasco | Rio-São Paulo |
1951 | Palmeiras | Corinthians | Rio-São Paulo |
1952 | Portugesa | Vasco | Rio-São Paulo |
1953 | Corinthians | Vasco | Rio-São Paulo |
1954 | Corinthians | Fluminense | Rio-São Paulo |
1955 | Portuguesa | Palmeiras | Roberto Gomes Pedrosa |
1957 | Fluminense | Vasco | Roberto Gomes Pedrosa |
1958 | Vasco | Flamengo | Roberto Gomes Pedrosa |
1959 | Santos | Vasco | Roberto Gomes Pedrosa |
1960 | Fluminense | Botafogo | Roberto Gomes Pedrosa |
1961 | Flamengo | Botafogo | Roberto Gomes Pedrosa |
1962 | Botafogo | Palmeiras | Roberto Gomes Pedrosa |
1963 | Santos | Corinthians | Roberto Gomes Pedrosa |
1964 | Botafogo e Santos | Roberto Gomes Pedrosa | |
1965 | Palmeiras | Portuguesa e São Paulo | Roberto Gomes Pedrosa |
1966 | Botafogo, Santos, Vasco e Corinthians | Roberto Gomes Pedrosa | |
1993 | Palmeiras | Corinthians | Rio-São Paulo |
1997 | Santos | Flamengo | Rio-São Paulo |
1998 | Botafogo | São Paulo | Rio-São Paulo |
1999 | Vasco | Santos | Rio-São Paulo |
2000 | Palmeiras | Vasco | Rio-São Paulo |
2001 | São Paulo | Botafogo | Rio-São Paulo |
2002 | Corinthians | São Paulo | Rio-São Paulo |
Títulos: 6 – Corinthians; 5 – Palmeiras, Santos; 4 – Botafogo; 3 – Fluminense, Vasco; 2 – Flamengo, Portuguesa; 1 – São Paulo Por estado: 19 - São Paulo; 12 - Rio de Janeiro |
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4.2. Entre principais times – Brasil Segundo Rubens Ribeiro, a primeira idéia de um campeonato brasileiro foi de Francisco Xavier Paes de Barros, que, em 1903, sugeriu ao Paulistano a disputa de uma taça de prata entre clubes de diversas regiões do país. A idéia só veio a se concretizar a partir de 1967. Como dissemos, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, que até o ano anterior contava apenas com times do Rio de Janeiro (estado da Guanabara) e de São Paulo, passou a contar também com times de outros estados, sendo um protótipo do Campeonato Brasileiro. Era o famoso “Robertão”. Tanto o Rio – São Paulo pode ser considerado o ponto de partida para o Brasileirão que a própria CBF, em 1980, reconheceu isso como justificativa para conceder maior número de vagas para clubes desses dois estados (cf. Assaf). Na realidade, como diz Roberto Assaf, “é esse, de fato, efetivamente o primeiro campeonato – na essência da palavra – de âmbito nacional disputado no Brasil”. Em 1970, chamou-se Taça de Prata. A euforia provocada pela conquista da Copa do Mundo do México levou a CBD a oficializá-la como Campeonato Nacional, a partir de 1971. Para abrir a temporada, a CBD instituiu também o Torneio do Povo, entre os times mais populares de alguns estados. Com esse nome demagógico, foi disputado – que ironia – justamente durante os anos de chumbo: 1971 a 1973. Com a proximidade da Copa do Mundo da Alemanha e o risco de concorrer com o próprio Campeonato Nacional, a CBD o extinguiu em 1974. Não vou considerá-lo entre os “torneios entre principais times – Brasil” porque nem ele nem seus participantes pretendem compará-lo com o Campeonato Nacional então existente, que tinha maior representatividade. Pelo mesmo motivo, não consideraremos o Torneio Heleno Nunes nem o Torneio Maria Quitéria. De 1975 a 1979, o campeonato mudou de nome para Copa Brasil. De 1980 em diante, passou a se chamar Campeonato Brasileiro. De 1980 a 1983 e 1985, a 2ª divisão foi chamada de Taça de Prata, em contraste com a Taça de Ouro (1ª divisão) e a Taça de Bronze de 1981 (primeira edição da 3ª divisão). Em 1984, a 2ª divisão se chamou Taça CBF e, em 1986, Torneio Paralelo. Em 11.07.1987, os principais clubes do país criaram o Clube dos Treze que organizou uma Copa União entre 16 times. Depois, a CBF chamou o torneio original do Clube dos Treze de Módulo Verde (1ª divisão), criou os Módulos Amarelo (2ª divisão), Azul e Branco (3ª divisão) e um quadrangular final entre os campeões e vices dos dois primeiros, que não foi aceito pelo Clube dos Treze. Assim, para o Clube dos Treze, o campeão é o Flamengo, primeiro lugar do Módulo Verde. Para a Justiça Comum, é o Sport, do Amarelo, porque o Flamengo não disputou esse quadrangular. A CBF chegou a considerar ambos campeões, cf. RDP nº 2, de 21.02.2011. Só que, em cumprimento a uma ordem judicial, teve de voltar atrás, cf. RDP nº 6, de 14.06.2011. Até o encerramento da redação deste texto, a questão ainda estava em aberto. Para as finalidades deste texto, pouco importa a decisão da CBF ou da justiça. Simplesmente porque: (i) as decisões da CBF não me atingem porque eu não sou um clube nem uma federação; (ii) as ordens judiciais não me obrigam porque não sou parte na ação; (iii) isto aqui não é uma decisão mas apenas uma opinião e (iv) minha análise se prende ao critério da composição dos torneios, portanto não é jurídica nem se pauta pelos mesmos aspectos em discussão na ação judicial. Sendo assim, em minha opinião (apoiada nas obras de Roberto Assaf, Gustavo Roman e Luís Miguel Pereira, bem como na revista Placar Tira-Teima), a Copa União representa, no ano de 1987, o “torneio entre os principais times – Brasil”, enquanto o quadrangular vencido pelo Sport constitui um campeonato entre campeões nacionais, conforme explicaremos no capítulo próprio destes, mais adiante. Em 2000, uma ação judicial do Gama-DF que impedia a realização do Campeonato Brasileiro obrigou a CBF a criar, em seu lugar, a Copa João Havelange, dividida nos Módulos Azul (1ª divisão), Amarelo (2ª divisão), Verde e Branco (3ª divisão). Não vamos considerar aqui a Copa São Paulo de Juniores porque a limitação de idade impede que seja disputada pelos times principais dos clubes (tratamos disso ao falar em equivalência de índice técnico, em nosso artigo “Pelo reconhecimento de títulos cariocas extraoficiais”). Também não consideramos o Torneio da Imprensa porque, entre outros motivos, era um torneio misto, que contava não só com clubes (como o campeão Bangu e a vice Portuguesa), mas também com dois combinados: Atlético-Cruzeiro e Bonsucesso-Madureira-Canto do Rio. É claro que a 2ª, 3ª e 4ª divisões do Brasileirão são torneios de âmbito nacional. No entanto, nossa análise considera os “principais times”, que, em tese, deveriam estar na 1ª. Pelo mesmo motivo, não consideramos o Torneio de Integração Nacional, composto por dezesseis times que ficaram de fora do Campeonato Nacional de 1971. |
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ENTRE PRINCIPAIS TIMES – BRASIL | |||
Ano | Campeão | Vice | Torneio |
1967 | Palmeiras | Internacional | Roberto Gomes Pedrosa |
1968 | Santos | Internacional | Roberto Gomes Pedrosa |
1969 | Palmeiras | Cruzeiro | Roberto Gomes Pedrosa |
1970 | Fluminense | Palmeiras | Taça de Prata |
1971 | Atlético-MG | São paulo | Campeonato Nacional |
1972 | Palmeiras | Botafogo | Campeonato Nacional |
1973 | Palmeiras | São Paulo | Campeonato Nacional |
1974 | Vasco | Cruzeiro | Campeonato Nacional |
1975 | Internacional | Cruzeiro | Copa Brasil |
1976 | Internacional | Corinthians | Copa Brasil |
1977 | São Paulo | Atlético-MG | Copa Brasil |
1978 | Guarani | Palmeiras | Copa Brasil |
1979 | Internacional | Vasco | Copa Brasil |
1980 | Flamengo | Atlético-MG | Campeonato Brasileiro |
1981 | Grêmio | São Paulo | Campeonato Brasileiro |
1982 | Flamengo | Grêmio | Campeonato Brasileiro |
1983 | Flamengo | Santos | Campeonato Brasileiro |
1984 | Fluminense | Vasco | Campeonato Brasileiro |
1985 | Coritiba | Bangu | Campeonato Brasileiro |
1986 | São Paulo | Guarani | Campeonato Brasileiro |
1987 | Flamengo | Internacional | Copa União |
1988 | Bahia | Internacional | Campeonato Brasileiro |
1989 | Vasco | São Paulo | Campeonato Brasileiro |
1990 | Corinthians | São Paulo | Campeonato Brasileiro |
1991 | São Paulo | Bragantino | Campeonato Brasileiro |
1992 | Flamengo | Botafogo | Campeonato Brasileiro |
1993 | Palmeiras | Vitória | Campeonato Brasileiro |
1994 | Palmeiras | Corinthians | Campeonato Brasileiro |
1995 | Botafogo | Santos | Campeonato Brasileiro |
1996 | Grêmio | Portuguesa | Campeonato Brasileiro |
1997 | Vasco | Palmeiras | Campeonato Brasileiro |
1998 | Corinthians | Cruzeiro | Campeonato Brasileiro |
1999 | Corinthians | Atlético-MG | Campeonato Brasileiro |
2000 | Vasco | São Caetano | Copa João Havelange |
2001 | Atlético-PR | São Caetano | Campeonato Brasileiro |
2002 | Santos | Corinthians | Campeonato Brasileiro |
2003 | Cruzeiro | Santos | Campeonato Brasileiro |
2004 | Santos | Atlético-PR | Campeonato Brasileiro |
2005 | Corinthians | Internacional | Campeonato Brasileiro |
2006 | São Paulo | Internacional | Campeonato Brasileiro |
2007 | São Paulo | Santos | Campeonato Brasileiro |
2008 | São Paulo | Grêmio | Campeonato Brasileiro |
2009 | Flamengo | Internacional | Campeonato Brasileiro |
2010 | Fluminense | Cruzeiro | Campeonato Brasileiro |
2011 | Corinthians | Vasco | Campeonato Brasileiro |
2012 | Fluminense | Atlético-MG | Campeonato Brasileiro |
2013 | Cruzeiro | Grêmio | Campeonato Brasileiro |
Títulos: 6 – Palmeiras, São Paulo, Flamengo; 5 – Corinthians; 4 – Vasco, Fluminense; 3 – Santos, Internacional; 2 – Grêmio, Cruzeiro; 1 – Atlético-MG, Guarani, Coritiba, Bahia, Botafogo, Atlético-PR Por estado: 21 - São paulo; 15 - Rio de Janeiro; 5 - Rio Grande do Sul; 3 - Minas Gerais; 2 - Paraná; 1 - Bahia |
Ano | Seleções Est. | Campeões est. BR | Campeões est. RJ-SP | Principais Times RJ-SP | Principais times BR |
1901 | RJ-SP | ||||
1902 | RJ-SP | ||||
1903 | |||||
1904 | |||||
1905 | |||||
1906 | |||||
1907 | RJ-SP | ||||
1908 | |||||
1909 | |||||
1910 | |||||
1911 | Salutaris | ||||
1912 | |||||
1913 | RJ-SP | ||||
1914 | RJ-SP | dos Campeões Estaduais | |||
1915 | RJ-SP | dos Campeões Estaduais | |||
1916 | RJ-SP | ||||
1917 | RJ-SP | Ioduran | |||
1918 | RJ-SP | Ioduran | |||
1919 | RJ-SP | Ioduran | |||
1920 | RJ-SP | Copa dos Campeões | |||
1921 | |||||
1922 | BR | ||||
1923 | BR | ||||
1924 | BR | ||||
1925 | BR | ||||
1926 | BR | ||||
1927 | BR | dos Campeões Estaduais | |||
1928 | BR | ||||
1929 | BR | ||||
1930 | dos Campeões Estaduais | ||||
1931 | BR | dos Campeões Estaduais | |||
1932 | |||||
1933 | BR | Rio-São Paulo | |||
1934 | BR | ||||
1935 | BR | ||||
1936 | BR | ||||
1937 | Copa dos Campeões | ||||
1938 | BR | ||||
1939 | BR | ||||
1940 | BR | Rio-São Paulo | |||
1941 | BR | dos Campeões Estaduais | |||
1942 | BR | dos Campeões Estaduais | Quinela de Ouro | ||
1943 | BR | ||||
1944 | BR | ||||
1945 | |||||
1946 | BR | ||||
1947 | dos Campeões Estaduais | ||||
1948 | |||||
1949 | |||||
1950 | BR | Rio-São Paulo | |||
1951 | Rio-São Paulo | ||||
1952 | BR | Rio-São Paulo | |||
1953 | dos Campeões Estaduais | Rio-São Paulo | |||
1954 | BR | Rio-São Paulo | |||
1955 | Roberto Gomes Pedrosa | ||||
1956 | BR | ||||
1957 | Roberto Gomes Pedrosa | ||||
1958 | Roberto Gomes Pedrosa | ||||
1959 | BR | Taça Brasil | Roberto Gomes Pedrosa | ||
1960 | Taça Brasil | Roberto Gomes Pedrosa | |||
1961 | Taça Brasil | Roberto Gomes Pedrosa | |||
1962 | BR | Taça Brasil | Roberto Gomes Pedrosa | ||
1963 | Taça Brasil | Roberto Gomes Pedrosa | |||
1964 | Taça Brasil | Roberto Gomes Pedrosa | |||
1965 | Taça Brasil | Roberto Gomes Pedrosa | |||
1966 | Taça Brasil | Roberto Gomes Pedrosa | |||
1967 | Taça Brasil | Roberto Gomes Pedrosa | |||
1968 | Taça Brasil | Roberto Gomes Pedrosa | |||
1969 | Roberto Gomes Pedrosa | ||||
1970 | Taça de Prata | ||||
1971 | Campeonato Nacional | ||||
1972 | Campeonato Nacional | ||||
1973 | Campeonato Nacional | ||||
1974 | Campeonato Nacional | ||||
1975 | Copa Brasil | ||||
1976 | Copa Brasil | ||||
1977 | Copa Brasil | ||||
1978 | Copa Brasil | ||||
1979 | Copa Brasil | ||||
1980 | Campeonato Brasileiro | ||||
1981 | Campeonato Brasileiro | ||||
1982 | Campeonato Brasileiro | ||||
1983 | Campeonato Brasileiro | ||||
1984 | Campeonato Brasileiro | ||||
1985 | Campeonato Brasileiro | ||||
1986 | Campeonato Brasileiro | ||||
1987 | BR | Copa União | |||
1988 | Campeonato Brasileiro | ||||
1989 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
1990 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
1991 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
1992 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
1993 | Copa do Brasil | Rio-São Paulo | Campeonato Brasileiro | ||
1994 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
1995 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
1996 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
1997 | Copa do Brasil | Rio-São Paulo | Campeonato Brasileiro | ||
1998 | Copa do Brasil | Rio-São Paulo | Campeonato Brasileiro | ||
1999 | Copa do Brasil | Rio-São Paulo | Campeonato Brasileiro | ||
2000 | Copa do Brasil | Rio-São Paulo | Copa João Havelange | ||
2001 | Copa do Brasil | Rio-São Paulo | Campeonato Brasileiro | ||
2002 | Copa do Brasil | Rio-São Paulo | Campeonato Brasileiro | ||
2003 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
2004 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
2005 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
2006 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
2007 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
2008 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
2009 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
2010 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
2011 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
2012 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro | |||
2013 | Copa do Brasil | Campeonato Brasileiro |
6. Torneios entre campeões regionais | ||
Em 1968, a CBD instituiu o Torneio Zonal Centro-Sul-Norte-Nordeste do Brasil. Era uma competição em que o campeão do Torneio Centro-Sul e o campeão do Torneio Norte-Nordeste (torneios equivalentes a uma segunda divisão do Campeonato Nacional). Ou seja, equivale a um torneio entre campeões regionais e, simultaneamente, à decisão da “segunda divisão” nacional de 1968. A partida Nacional-AM 1x0 Grêmio Maringá, jogada no Maracanã, em 24.08.1969, como preliminar de Brasil x Venezuela (pelas Eliminatórias da Copa de 1970), que nos livros consta como um amistoso, a revista Placar Tira-Teima apresenta como final da edição 1969 desse Torneio. No entanto, o que temos no site da RSSSF e em alguns livros é que, enquanto o Torneio Norte-Nordeste foi jogado nos anos de 1969 e 1970, o Centro-Sul de 1969 não foi concluído e o de 1970 nem sequer foi jogado. Ademais, há partidas do Centro-Sul de 1969 que foram jogadas depois da suposta final no Maracanã. Então, devo supor que foi um amistoso mesmo.
O mesmo critério de organização em chaves regionais, tanto da Taça Brasil quanto do Torneio Zonal, foi utilizado na Segunda Divisão do Campeonato Nacional de 1971, dividido nas Zonas Norte-Nordeste e Centro-Sul. Também são regionais algumas edições da Terceira Divisão do Brasileirão, por motivos de economia, já que isso reduz os custos de deslocamento das equipes. O que nos impede de considerar a Segunda Divisão de 1971 e as edições regionalizadas da Terceira Divisão como torneios entre campeões regionais não é a ausência dos principais clubes, pois não restringimos aos “campeões regionais entre times principais” (o que excluiria também o Torneio Zonal), mas a carência de autonomia. Como vimos acima, os Torneios Norte-Nordeste e Centro-Sul tinham certa autonomia entre si, tanto que o primeiro foi concluído em 1969 e 1970. Também eram de certo modo autônomos em relação ao próprio Torneio Zonal Centro-Sul-Norte-Nordeste, que, ao contrário do Norte-Nordeste, nem foi disputado em 1969 e 1970 (por falta do Centro-Sul). Já as chaves regionais de 1971 não tinham esse caráter autônomo; eram apenas parte do campeonato nacional da segunda divisão. A Taça Brasil, como sabemos, reunia os campeões estaduais, motivo pelo qual colocamos no capítulo próprio. Esse era seu critério de composição. Mas ela era organizada por meio de chaves regionais: Zona Sul, com Grupo Sul (Campeonato Sul-brasileiro) e Grupo Leste (depois Centro), Zona Norte etc. As finais do torneio eram disputadas pelos campeões dessas chaves, de modo que, pelo critério de organização, a Taça Brasil era, de certo modo, “regionalizada”. Pelo já citado critério da autonomia, devemos desconsiderar a Taça Brasil como um torneio entre campeões regionais, não obstante o Grupo Sul da Zona Sul seja chamado de Campeonato Sul-brasileiro, o que pressupõe certa autonomia. Afinal, como dissemos acima, o nome não importa. Ademais, o nosso critério básico tem sido o da composição do torneio, não o da organização. O mais autêntico torneio entre campeões regionais foi a Copa dos Campeões, entre os vencedores das Copas Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul-Minas, Torneio Rio – São Paulo, além dos campeões estaduais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Saiu do calendário em 2003, juntamente com os regionais (à exceção do Campeonato do Nordeste, que sobreviveu até esse ano). |
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ENTRE CAMPEÕES REGIONAIS – BRASIL | |||
Ano | Campeão | Vice | Torneio |
1968 | Grêmio Maringá | Sport | Torneio Centro-Sul-Norte-Nordeste |
2000 | Palmeiras | Sport | Copa dos Campeões |
2001 | Flamengo | São Paulo | Copa dos Campeões |
2002 | Paysandu | Cruzeiro | Copa dos Campeões |
Títulos: 1 – Grêmio Maringá, Palmeiras, Flamengo, Paysandu Por estado: 1 - Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará |
ENTRE CAMPEÕES NACIONAIS – BRASIL | |||
Ano | Campeão | Vice | Torneio |
1968 | Grêmio Maringá | Santos | Torneio dos Campeões da CBD |
1978 | Atlético-MG | São Paulo | Copa dos Campeões da Copa Brasil |
1982 | América-RJ | Guarani | Torneio dos Campeões |
1987 | Sport Recife | Guarani | Campeonato Brasileiro |
1990 | Grêmio | Vasco | Supercopa do Brasil |
1991 | Corinthians | Flamengo | Supercopa do Brasil |
1992 | Flamengo | Paraná | Taça Brahma dos Campeões |
Títulos: 1 – Grêmio Maringá, Atlético-MG, America-RJ, Sport, Grêmio, Corinthians, Flamengo Por estado: 2 - Rio de Janeiro; 1 Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo |
Clube | Títulos de Torneios Brasileiros | Total de Títulos |
Entre Principais Times | Entre Campeões Estaduais | ||
Palmeiras | 6 | 4 | 10 |
Santos | 3 | 6 | 9 |
Flamengo | 6 | 3 | 9 |
Corinthians | 5 | 2 | 7 |
Cruzeiro | 2 | 5 | 7 |
São Paulo | 6 | 0 | 6 |
Grêmio | 2 | 4 | 6 |
Fluminense Vasco |
4 4 |
1 1 |
5 5 |
Internacional | 3 | 1 | 4 |
Atlético-MG Bahia Botafogo |
1 1 1 |
1 1 1 |
2 2 2 |
Atlético-PR Coritiba Guarani |
1 1 1 |
0 0 0 |
1 1 1 |
Criciúma Juventude Paulista Paulistano Santo André Sport |
0 0 0 0 0 0 |
1 1 1 1 1 1 |
1 1 1 1 1 1 |
Totais por estados (Leopoldo Sant’Anna ficaria contente): 36 – São Paulo 21 – Rio de Janeiro 11 – Rio Grande do Sul 9 – Minas Gerais 2 – Bahia, Paraná 1 – Pernambuco, Santa Catarina |
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Desconheço quem defenda uma “unificação total”, como essa acima. Em compensação, há um ou outro pedido individual, de reconhecimento de títulos isolados. Vejamos alguns dos que vêm sendo apresentados à imprensa e à própria CBF: a) o Flamengo quer o reconhecimento da Copa União, de 1987: pelo motivos já expostos nos itens 4.2 e 7, em nossa opinião, o pleito é procedente (repito: pelos motivos já explicados, estou abstraindo as decisões administrativas e judiciais); b) a Portuguesa de Desportos quer o reconhecimento do Torneio Rio – São Paulo como título brasileiro, por ser o antecessor do Roberto Gomes Pedrosa: como já explicamos nos itens 4.1, 4.2 e 5, o “Robertinho” realmente é o embrião do “Robertão”, mas o critério de composição é flagrantemente distinto, porque se restringe a dois Estados; logo, em nossa opinião, o pleito é improcedente; c) o Grêmio Maringá quer o reconhecimento do Torneio Zonal Centro-Sul-Norte-Nordeste, de 1968, como título brasileiro: de acordo com o que já explicamos no item 6, do ponto de vista do critério de composição, esse é um “torneio entre campeões regionais” e, nessa condição, não se confunde com o Campeonato Brasileiro; logo, em nossa opinião, o pleito é improcedente; também seria improcedente eventual pedido de reconhecimento do Torneio dos Campeões da CBD, de 1968, uma vez que se trata de “torneio entre campeões nacionais”, pelos motivos explicados no item 7. Diante de tudo isso, devemos concluir que uma unificação de títulos é possível, sim. E recomendável. Mas se tiver por critério a composição básica dos certames, deveria ser conforme itens 5 a 7, acima. Ou seja, respeitando as diferenças de critérios, sem que isso signifique mérito ou demérito para nenhum dos campeões. Atenção, caro leitor, isto tudo é apenas uma opinião, só isso. Não é uma decisão da CBF, muito menos uma ordem judicial. Aliás, não é uma imposição, nem sequer uma “decisão”, apta a repercutir na história de nenhum clube. Não quero obrigar ninguém nem quero convencer ninguém. Agradeço o apoio de quem concorda e respeito quem discorda. Para encerrar, observamos que este nosso estudo tem como foco a questão da unificação dos títulos brasileiros, não a elaboração de um ranking – embora seja tentadora a idéia lançada por alguns leitores, a quem publicamente agradeço. O problema é que um ranking exigiria a definição clara de critérios para ponderação das pontuações atribuídas aos vários torneios, p.ex.: • os títulos de torneios entre campeões estaduais (Taça Brasil e Copa do Brasil) têm o mesmo peso, i.e., a mesma pontuação dos torneios entre principais times (Campeonato Brasileiro)? • em caso negativo, representa que fração? metade, dois terços, quanto? como justificar que a pontuação da Copa do Brasil representa metade e não dois terços, ou um terço, ou quatro quintos, da pontuação do Campeonato Brasileiro? • essas mesmas questões se repetem na definição da pontuação dos torneios entre campeões regionais (item 6) e entre campeões nacionais (item 7); • como pontuar títulos divididos entre clubes? • edições distintas de um mesmo torneio têm pontuação distinta conforme o número de jogos necessários para obter o título? ou conforme o rating médio dos participantes? • como pontuar as posições intermediárias da tabela? e o rebaixamento? Salvo engano, é praticamente impossível tomar essas decisões sem a adoção de certo grau de arbitramento de valores. Porque os torneios não são grandezas matemáticas. A partir de sua descrição, por mais completa que seja, é impossível deduzir matematicamente quanto eles valem em pontos. Para uma aferição matemática de grandezas não matemáticas é necessário recorrer à fixação até certo ponto discricionária de números, que seriam, no caso: as pontuações por tipo de torneio, os critérios de ponderação e as proporções entre as pontuações. Isso sem contar que um ranking de clubes seria incompleto se desconsiderasse torneios aqui não abordados, como os estaduais, regionais, internacionais e mesmo nacionais de divisões inferiores. Com a repetição, em todos eles, dos mesmos problemas de atribuição e ponderação de pontos. Por todos esses motivos, a elaboração de um ranking acarreta uma série de desafios que confesso não estar preparado para enfrentar, ao menos neste primeiro momento. Futuramente? Talvez. Enquanto isso, caso alguém queira aproveitar este meu trabalho para, a partir dele, criar um ranking de clubes, fica aí a sugestão. |